sábado, 20 de outubro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ARTESANATO COMO TERAPIA



Muitas pessoas dizem que não têm tempo ou não tem como iniciar um processo terapêutico, mas muitas também não percebem as oportunidades cotidianas para se cuidarem. Falta de ânimo? Coragem? Atenção? O fato é que vai se deixando para depois, depois e depois.
Algumas atividades simples do dia-a-dia possuem grande potencial terapêutico, nos ajudando a nos sentirmos e nos tornarmos melhores, como o trabalho manual. Criar algo com as nossas próprias mãos é a possibilidade de concretizar, de expressar, dar vazão à  nossa criatividade.
Cozinhar, bordar, escrever, esculpir e pintar ficaram sem espaço em nossas vidas no meio da correria da atualidade. Muitas de nós nem sabemos fazer todas essas coisas. Com a praticidade dos dias atuais fomos perdendo contato com nossa habilidade ancestral de dedicarmos tempo e espaço para o processo de criação. Reservar um momento para meditar, transformar os elementos.
Quando bordamos, entramos num processo de ligar os pontos, de ir e vir, de fazer tramas. Isso facilita muitos insights, além da satisfação de ver nossas mãos dando vida a algo. Este exercício é uma tarefa calmante em que podemos nos conhecer melhor e estarmos consigo mesmas, viajando pelo nossos pensamentos.
Cozinhando experimentamos o prazer dos sentidos, precisamos escolher, experimentar, aguardar. Vamos ponderando e exercitando a sabedoria da doação. Tem coisa mais gostosa do que ver pessoas queridas se deliciando com o que fizemos?
Assim também pode ser a pintura: um exercício de transformação, a união das tintas, que quanto mais líquidas, mais nos ajudam a lidar com a necessidade de controle dentro de nós. Se tivermos dificuldade em lidar com a imprevisibilidade, se nos virmos escravos do controle, talvez aí esteja uma atividade importante para exercitarmos a possibilidade de lidar com o imprevisível, com o novo que nasce na junção das cores, das texturas.
Escrevendo vemos os caminhos se formarem, as palavras vão se ligando, liberando sentidos que poderiam estar escondidos para nós. A escrita pode ter o dom de libertar aquele nó no peito. Ela libera, desata, coloca pra fora.

Não importa o resultado, mas sim o prazer do processo.

Pode ser que da primeira vez o bordado saia meio torto, a comida meio salgada, o texto um tanto perdido… Mas, vale mais o momento de entrega. Com o tempo e a dedicação, vamos nos aperfeiçoando até conseguir resultados melhores. Não é assim também na vida? Escolha uma atividade que goste e vá. Se você não experimenta com medo de errar, talvez esteja na hora de se desapegar e se entregar. Comece por alguma atividade mais fácil como fazer um bolo, aprender crochê etc. As transformações começam com a mudança de atitudes. Mãos à obra!

CARRINHO DE MÃO DE JORNAL








quinta-feira, 2 de agosto de 2012

PROVERBIO ARÁBE

Não diga tudo o que sabes
Não faças tudo o que podes
Não acredite em tudo que ouves
Não gaste tudo o que tens

Porque:


Quem diz tudo o que sabe,

Quem faz tudo o que pode,
Quem acredita em tudo o que ouve,
Quem gasta tudo o que tem;

Muitas vezes diz o que não convém,

Faz o que não deve,
Julga o que não vê,
Gasta o que não pode.

FLORES DE JORNAL





quarta-feira, 18 de abril de 2012

Feliz dia do Amigo


PROCURA-SE UM AMIGO

Vinícius de Morais

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer. Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos. Que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.